Titolo completo
Vera Sinensium sententia de tabella Confucio, & progenitoribus inscripta, cum ulteriore expositione, & informatione de factis Sinensibus controversis, secundum PP. Societatis Jesu: adversus novam allegationem textum Sinicorum factam presertim ex tractatibus PP.FF. Dominici Navarrette, & Francisci Varo Dominicanorum, & c
Lingua
Latino
Descrizione fisica

2 pt. (65, [7]; 328, [56] p.) ; 8°

Note

Pt.2: Ulterior expositio et informatio de factis Sinensibus controversis, secundum PP. Societatis Jesu, ...

L'esemplare reca sul frontespizio nota di possesso manoscritta: Est Conventus Sanctae Mariae Visitationis Genuae

Ricci queria pregar o evangelho evitando o confronto. Assimilou os costumes chineses podendo assim anunciar melhor a ensagem cristã, o Deus uno e verdadeiro, o Senhor das Alturas, o Senhor dos Céus. Queria conquistar não tanto as massas como as elites.  O imperador autorizou Ricci em 1601 (em chinês «Li Madou») a estabelecer-se em Pequim. O Confucionismo renovado, com a sua tolerância nada dogmática, com a sua elevada ética individual e social, uma alta estima dos antepassados e uma reverência perante um Ser Superior (não o céu povoado de deuses nem a aceitação de fábulas sobre eles) pareceu-lhe um aliado para o evangelho. Também não aceitava o Budismo com os seus deuses; não admitiu a ideia da transmigração das almas nem pensou em erguer igrejas, mas sim academias. Só em 1605 recebe licença para abrir uma capela.  Depois veio o seu sucessor, Adam Shall von Bell, que foi director do Observatório de Pequim, o mesmo sucedendo com Ferdinand Verbiest. Um feito notável foi entre 1708-1717 a medição do país realizada pelos padres jesuitas. Surgiu entretanto a questão dos ritos chineses, questão essa que se prolongou durante muito tempo, a qual teve na origem o emprego dos nomes divinos e do culto de Confúcio e dos antepassados.9 Ricci explica bem o assunto nas suas obras, como na «Vera Sinensium sententia de tabella Confucio et progenitoribus inscripta...» (Roma, 1700). A tolerância era inculcada pelos missionários como uma ideia chave do seu trabalho. Com Ricci a missionação mudara de método. Mas a missionação fracassou por causa de Roma. A ameaça de excomunhão de Clemente XI que em 1704 proibiu várias coisas teve efeitos bastante negativos. De referir aqui o édito de tolerância de Kangxi, célebre também na Europa. É longa a lista de opositores à missionação de tipo inculturação, como sucedeu com a «Congregação de Propaganda Fide». Aliás, transportava-se para esta questão o problema do jansenismo em oposição ao molinismo. Por outro lado, a questão do padroado veio a levantar não poucos problemas à acção missionária. No meio deste choque de atitudes devem ser referidas as posições de autores célebres, como Leibnitz e Voltaire (ao contrário de Rousseau e Hegel) e de Malebranche quanto à cultura e religião chinesas. Depois de uma controvérsia prolongada Bento XIV pela bula «Ex quo», de 11 de Julho de 1742, punha termo ao assunto. A questão dos ritos chineses como a do rito Malabar tiveram na Europa enorme repercussão de ordem negativa. Foram várias as oscilações entre permissão e condenação até se chegar à bula «Ex quo». Entre tantos episódios, recordamos que a 8 de Maio de 1700, a Sorbonne havia censurado assim as pretendidas teses jesuíticas: 1. A China conservou durante mais de 2000 anos a.C. o conhecimento do «Deus verdadeiro»; 2. Prestou devoção ao sacrificar-lhe no mais antigo Templo do universo; 3. Honrou-O de uma maneira que pode servir de exemplo aos cristãos; 4. Praticou uma moral tão pura como a religião; 5. Teve a fé, a humildade, o culto interior e exterior, o sacerdócio, os sacrifícios, o espírito de Deus e a caridade mais pura que é o carácter e a perfeição da verdadeira religião; 6. Entre todas as nações do mundo, a China é a que foi mais favorecida pelos dons de Deus.10  Em 1759 a Companhia de Jesus era suprimida em Portugal e em 1773 o papa seguiu idêntico caminho. Só em 1814 viria a ser restabelecida, como já se disse atrás. Comentando a acção de Ricci, Hans Küng fala de uma adaptação pedagógico-diplomática. Interessava-lhe não a teologia sobrenatural mas a natural cujos pilares eram Deus, criador do céu e da terra, a imortalidade da alma e a recompensa do bem e castigo do mal.11 Ricci tomou como ponto de partida não Aristóteles mas  Confúcio. Na sua célebre «A verdadeira ideia de Deus»  explica que os textos confucionistas originais (não tocados pelo Budismo ou anti-Budismo) contêm o verdadeiro sentido cristão: «shangdi », «Senhor das Alturas», «tian », «Céu», e a ideia de uma vida depois da morte. Ainda hoje muitos críticos europeus vêem no trabalho de Ricci um sinal da hipocrisia jesuítica. Uma pergunta pertinente é esta: Ricci não terá sabido tirar proveito das ideias do «Grande Último» («taiji »)? As suas concepções da Trindade e de Jesus Cristo estavam marcadas pelas ideias helenístico-escolásticas. Podia ter falado das ideias messiânicas chinesas de um homem celestial, do homem divino, do homem verdadeiro, comenta Hans Küng. A resistência foi forte, por parte dos budistas, do Confucionismo que punha em dúvida a interpretação cristã dos seus escritos clássicos; e, finalmente da parte cristã: os franciscanos e os dominicanos manifestavamse contra os «apóstolos inacianos» que vieram a ser expulsos em 1617, sete anos depois da morte de Ricci, ocorrida em 1610. Foi também durante a dinastia Manchu ou Qing (1644-1912) que ocorreram vários acontecimentos que aqui apenas registamos de forma abreviada. A partir de 1717, quando os missionários foram expulsos da China, assistiuse à tragédia das missões cristãs nesse país, assistindose a uma forte reacção anti-missionária.
Cfr.: Manuel Augusto Rodrigues, Universidade de Coimbra, Macau e o intercâmbio de culturas, Humanismo ocidental e Humanismo oriental face a um mundo globalizado, in O HUMANISMO LATINO E AS CULTURAS DO EXTREMO ORIENTE, Colóquio Internacional - Macau 6-8 de Janeiro de 2005, Fondazione Cassamarca, p. 13-14 - http://www.fondazionecassamarca.it/wps/wcm/connect/a2b2cd004be222468576e7432adf1e42/macao+gennaio+2005.pdf?MOD=AJPERES



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Tipo pubblicazione
Monografia
Pubblicazione
: 1700
Collocazione
2.P.I.23
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